PET-Saúde Interprofissionalidade de Três Lagoas recebe visita de assessora do Ministério da Saúde

Postado por: Rafael Rossi

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Interprofissionalidade de Três Lagoas-MS recebeu entre os dias 02 e 04 de dezembro, a visita da assessora do Pet Saúde Interprofissionalidade no Ministério da Saúde, Dra. Rosana Aparecida Salvador Rossit para acompanhamento do desenvolvimento das atividades do programa, buscando o aperfeiçoamento e a melhoria das ações previstas no projeto.

O projeto desenvolvido no município de Três Lagoas-MS pela Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas (SMS/TL), Faculdades Integradas de Três Lagoas (AEMS) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)-Campus de Três Lagoas (CPTL), constitui iniciativa do Ministério da Saúde para qualificação dos profissionais da saúde, em conjunto com a formação de estudantes de graduação da área da saúde em ações de práticas de iniciação ao trabalho, fazendo parte do conjunto de ações do Plano para a Implementação da Educação Interprofissional (EIP) no Brasil, conforme chamado realizado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS/ MS) no ano de 2016, sendo um importante dispositivo voltado para o fortalecimento das ações de integração ensino-serviço-comunidade, por meio de atividades que envolvem o ensino, a pesquisa, a extensão universitária e a participação social.

Para a Dra. Rosana, os principais desafios para a prática interprofissional em saúde estão relacionados com a formação, tanto em relação a formação dos estudantes na graduação, como a formação de profissionais através de ações de educação permanente, sendo a interação entre as diferentes profissões o maior desafio “[…] a gente tem características muito marcantes com estereótipos muito bem definidos das profissões e sentimos que ainda há uma resistência muito grande de algumas categoriais profissionais em aceitar esta horizontalização do trabalho, esta atenção centrada na pessoa sob cuidado e não na doença ou na patologia”

Em relação a pratica colaborativa, Dra. Rosana acredita que os desafios são menores, uma vez que “[…] depende muito das disponibilidades das pessoas em estarem mais abertas pra essa aprendizagem, para essas trocas, e a grande vantagem disso, que quem leva o benefício e a melhor qualidade da atenção são os usuários, a comunidade […], o paciente, o usuário fica muito mais satisfeito, porque ele vê que tem um atendimento mais humanizado, mais olho no olho, em que ele faz parte desta equipe, não é um elemento ou objeto de observação […].”

Atualmente encontram-se vinculados ao projeto 33 alunos e 10 docentes dos cursos de graduação em Enfermagem, Medicina (UFMS/CPTL) e Farmácia (AEMS), e 12 profissionais de saúde (SMS/TL), dentre eles: médicos, enfermeiros, farmacêutico e dentistas, que compõem os recursos humanos da atenção primária à saúde do município.

Durante a visita foram realizadas visitas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) as quais se encontram como cenários de prática do PET, encontros com a coordenação geral, coordenadores dos cursos de graduação, gestão municipal, tutores, preceptores e Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da UFMS. A assessora ministrou palestra aberta à comunidade no dia 03/12 no Anfiteatro Dercir Pedro de Oliveira da UFMS/CPTL, com a temática ‘Interprofissionalidade em saúde’, discutindo-se a problemática de como integrar as diferentes profissões num processo de trabalho que desafia a hierarquia tradicional em detrimento de uma troca de vivências, conhecimentos e habilidades. Também participou de reunião envolvendo os membros do Comitê Gestor dos Contratos Organizativos de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES) da SMS/TL, reafirmando a importância do mesmo para o fortalecimento do processo de integração ensino-serviço-comunidade para o conjunto dos cursos da área da saúde do município.

Para o Prof. Dr. Osmar Macedo, diretor do Campus da UFMS em Três Lagoas, uma boa integração entre os cursos de enfermagem, farmácia e medicina é de grande relevância para o bem-estar do paciente, uma vez que estes profissionais dividem o mesmo espaço de trabalho principalmente nos hospitais e nas unidades básicas de saúde. Ele ressaltou também a importância da contribuição do Pet Saúde Interprofissionalidade para superar a cultura de formação individualista que temos atualmente: “O projeto PET-Saúde pode contribuir para a conscientização dos docentes e dos acadêmicos para compreenderem a necessidade da interprofissionalidade visando atender da melhor forma possível o paciente e gerar um ambiente de trabalho favorável ao bem estar dos profissionais, dos pacientes e de todo o sistema de atendimento à saúde”.

Texto: FR Santos, TCR Marttins, JDR Pessalacia, EM Santos.