Pesquisa do CPTL é apresentada no I Congreso Internancional Lingüística Amerindia
Observar a produção de material didático e a formação de professores indígenas como uma forma de manutenção da vivência dos índios foi a proposta de pesquisa realizada no Câmpus de Três Lagoas (CPTL), no curso de Letras Português/Espanhol.
O projeto de pesquisa deu origem ao trabalho Producciones de materiales didácticos y formación continua: una posibilidad de continuidad lingüística (Produções de materiais didáticos e formação continuada: uma possibilidade de continuidade linguística), recentemente apresentado no I Congreso Internancional Lingüística Amerindia, realizado em La Paz, Bolívia.
Com orientação da professora Claudete Cameschi de Souza, docente dos cursos de Graduação e Pós-graduação em Letras da UFMS, o trabalho foi apresentado pelo acadêmico do 7º semestre Flávio Faccioni.
“Iniciamos o trabalho no final do ano de 2014 com uma visita a duas aldeias do etnoterritório “Povos do Pantanal”: Aldeia São João e Aldeia Lalima. Nessa oportunidade visitamos as escolas indígenas e coletamos informações pertinentes para a construção do trabalho”, explica o acadêmico.
Na pesquisa foram utilizados Trabalhos de Conclusão de Curso da Licenciatura Intercultural Indígena “Povos do Pantanal”, UFMS/CPAQ, “A produção de cerâmica em Lalima: história e memoria, apresenta resultados de pesquisa sobre a questão artístico/cultural da Aldeia Lalima”, Silva (2014) e “A língua Kinikinau: o ensino da língua Kinikinau e produção de material didático”, Roberto (2014); o material didático Kalivono (JULIO et all, 2015); e o Projeto Pedagógico do curso de Pós-graduação Lato Sensu “Língua e Cultura Terena”, ofertado pela Universidade de Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), câmpus de Campo Grande.
“Expomos, também, a produção concreta de material didático “Kalivono: Emo’u Têrenoe | Ítuke Yoko Itúkeovo Terena (Língua Terena | Arte e Cultura Terena)” resultante de uma produção coletiva Terena publicado em forma de livro, cujos conteúdos são trabalhados de forma intercultural e bilíngue, assegurando realização do desejo e sonho de preservar, pró-revitalizar e estabelecer relação com a sociedade hegemônica, como sonhou Roberto (2014) ao propor o trabalho multilíngue para sua escola e, conforme acredita Silva (2014), quando busca realizar uma revitalização artístico-cultural e identitária por meio da educação escolar indígena”, diz Flávio Faccioni.
Segundo o acadêmico, “comprova-se, portanto, a partir da leitura das produções dos professores indígenas que a escola e o processo de ensino e aprendizagem da língua e cultura são ferramentas fundamentais no processo híbrido de constituição linguística, cultural e identitária desses povos”.